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Conversas Públicas

Este dispositivo permite um trabalho clínico de elaboração social e criação de memória coletiva. Constitui-se ao instaurar um espaço de escuta no qual os sujeitos encontram um local propício para o compartilhamento de testemunhos, o que permite que eventos semelhantes sejam lembrados de formas diversas e não necessariamente compatíveis, já que nenhuma fala tem peso maior do que outra.

A Conversa Pública surgiu como dispositivo capaz de executar um trabalho clínico de reparação psíquica à ditadura com pessoas que não se reconheciam como afetadas ou traumatizadas pelas violências deste período (Ver Clínicas do Testemunho), ainda que reconhecessem que ele havia deixado marcas em nossa sociedade. Contudo, ela se acomoda a diversas temáticas e é fruto de um trabalho de articulação e escuta territorial que permite que as pessoas tenham adesão ao convite para participarem e que o tema a ser trabalhado seja relevante.

O compartilhamento das narrativas de sofrimento permite que os participantes notem as semelhanças no mal-estar que lhes atinge, ainda que preservando a possibilidade de diferenças existirem. Também é um modo muito potente de realizar este tipo de trabalho com um conjunto de pessoas muito variado e que não se interessariam por trabalhos terapêuticos mais diretos, como atendimentos individuais ou em grupos terapêuticos.